Em dias que o tempo me falta, penso em férias.
Preciso de uns dias longe da cidade.
De preferência uns dias bem longe.
Talvez uma cidadezinha no interior da Itália, na companhia do frio.
E de tempo. Tempo suficiente pra sepultar um sentimento.
Contar os minutos, fazer nada.
Olhar a paisagem branca de tanta neve, entre uma viagem de trem e outra,

entre um chocolate quente e outro.
Mas sepultar este sentimento não será fácil em nenhum lugar, estando perto ou longe.
Por agora melhor acordar e ficar por aqui mesmo, pôr em dia a pilha de textos e buscar idéia pra escrever mais um trabalho.

Comentários

Marcia disse…
grazi, sou da teoria de que sentimentos a gente não sepulta: a gente dá espaço para outros sentimentos e outras pessoas, e, quando vê, aqueles primeiros sentimentos simplesmente partiram, mudaram de casa, mudaram de cor e de nome, sem deixar rancor.

boas leituras, bons textos. :)
Anônimo disse…
ah, eu discordo da márcia. mais espaço do que eu tenha dado é difícil para mim. e nunca surge nada tão forte, como bem sabes.

se quiser, te acolherei muito na Argentina. tá, eu sei que não é europa, embora os argentinos se achem os próprios europeus. mas igualmente serás bem recebida, rsrsrs.
Marcia disse…
mas, augusto... se os sentimentos não foram criados pela razão, por que seriam extintos por ela, quando ela "decide"? com o perdão do trocadilho, isso sequer seria razoável.

ainda não surgiu nada tão forte? ah, um dia surgirá. vc conhece as cartas do tarô melhor do que eu, portanto sabe bem como funciona o fluxo da vida.
Anônimo disse…
márcia, já sei que és uma expert em tarô. acho melhor unirmos nossos conhecimentos cabalísticos para decifrar estas nuances sentimentais.

mas eu penso que pensar "ah, um dia surgirá" é muito cômodo. queria ir à luta, mas quando isto acontece acabo me ferindo na espada do ogum.

e, sim, entender o fluxo da vida é uma grande responsabilidade. a ignorância, como diz o popular, às vezes é uma virtude.

é agora que quero. eu sei quem quero. está tudo pronto. terreno limpo. coração apaixonado. cama quentinha. chocolate quente na madrugada. meia de lã no inverno. banho acompanhado. beijo de uma hora. sorriso às 7hs da manhã para curar o mau humor matinal, que eu sei, meu amor, que tu tens, nós já sabemos e já nos conhecemos, e porque não nos amamos mais? quer dizer... te amo, sabes bem.

já cansei de correr atrás. de insistir. de pedir. de me humilhar. de me oferecer, como uma costela de segunda se oferece num açougue de esquina. de ceder, muito mais do aquela camiseta velha que gostas de usar para dormir já cedeu. de me humilhar, como uma prostitua que oferece sua boca para armazenar fluídos, e engolir, e dizer que gostou, tudo isto, por três reais.

e faço tudo isto. e canso. mas faço tudo isto sempre. e farei de novo. sempre. sempre. sempre. até que eu beije tuas mãos geladas no caixão, por de certo segurando a foto do Leandro, que eu sei que foi teu maior amor. não me jogues na cara a minha posição na tua vida até na hora final. deixe eu alisar teus cabelos loitos, curtos, os poucos que te sobram, como se fôsse um cãozinho acarinhando seu dono dedicado. dedique-se pra mim.

e agora, que vejo todas estas pessoas aqui. nossa, como você é especial para os outros. e afinal, quem foi especial pra você?

um dia surgirá? quando tu surgirás? sinto falta das cócegas na orelha pela madrugada, me chamando pra amar. do chimarrão com os amigos naquelas tardes ensolaradas. das canastras e das polares, e dos beijos entre uma jogatina e outra.

desculpa, Grazi.
UAU! Augusto, mande este teu texto pra pessoa, mande!

Marcia: tô curiosa pelas cartas do tarô!
;)
Marcia disse…
Augusto, amar não é exatamente uma escolha. não é algo racional, que a gente "decide", e a forma como você narra o que sente demonstra isso. já as nossas atitudes diante do amor são uma escolha, sim. mas cada um sabe de si e de seus limites, e os teus no momento estão distendidos...

Grazi, eu não sei nada do tarô, sou apenas uma curiosa que dá uns pitacos. :)

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