MPB - parte I

Em 2005 fiz uma disciplina com o Luis Augusto Fischer - Seminário de Literatura e Comunicação - onde estudamos comparadamente literatura e música popular.
Foi maravilhoso. Fiquei esperando que ele oferecesse algum curso sobre música e agora, dentro do Festival de Inverno, ele está ministrando um curso sobre música popular brasileira, junto com o Arthur de Faria.
No primeiro dia de aula fomos apresentados à história da MPB até o ano de 1930.
No começo Simone Raslon (Rádio Esmeralda) e Júlia Simões (flautista) tocaram algumas músicas desta época: Chiquinha Gonzaga, polcas, abanera, maxixe. Músicas de sarau.
Logo em seguida Arthur de Faria e o Fischer começaram a contar a história.
As músicas que são conhecidas e reconhecidas facilmente no mundo nasceram nas Américas – norte, central e sul.
A polca foi trazida da república Tcheca pelos imigrantes para o Brasil.
A Abanera nasce em 1820 no interior de Cuba, vai para a Espanha e vem para o Brasil também com os imigrantes.A valsa vem com os italianos.
Todas estas músicas chegam ao Brasil e se misturam com a música negra. Todas estas músicas dão origem a nossa MPB. Polca – maxixe – choro - samba - bossa
Há algumas datas que marcam a história da MPB.
Em 1978 Domingos Caldas Barbosa, inventor da modinha, lança um livro de letras de músicas.
Em 1902 ocorre a primeira gravação mecânica, um Nundu chamado Isto é bom.
Em 1914 ocorre a gravação de Luar do Sertão (matriz da música sertaneja)
Em 1917 é gravado o primeiro samba – Pelo Telefone, com Donga.

“O chefe da polícia
Pelo telefone manda me avisar
Que com alegria
Não se questione para se brincar

Ai, ai, ai
É deixar mágoas para trás, ó rapaz
Ai, ai, ai
Fica triste se és capaz e verás “

Diz-se que Donga gravou muitos sambas que não era dele. É dele a frase:
“Samba é que nem passarinho, é de quem pegar primeiro”.


Sinhô foi o primeiro músico a assumir que tocava samba. Ele se intitulou o rei do samba.
Em 1927 temos o início das gravações elétricas. A forma começa a alterar o conteúdo.
Antes os músicos precisavam quase que gritar, com as gravações elétricas não havia mais esta necessidade.

Na segunda aula, a discussão foi de 1930 a 1945. Anos em que a MPB foi sedimentada.
Noel Rosa, Assis Valente, Vilson Batista, Lamartine, Ari Barroso, Ismael Silva, Lupicíneo Rodrigues, Francisco Alves, Nilton Alves, Cartola...
São os anos dos sambas, das marchinhas de carnaval.

“ Chiquita bacana
Lá da Martinica
Se veste com uma casca
De banana nanica”

“Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim
Ai meu bem não faz assim comigo não
Você tem, você tem que me dar seu coração”


Palpite Infeliz, de 1932 foi um dos grande sucessos de Vilson Batista.
Esta música é uma replica ao Noel Rosa. Eles ficavam um respondendo um ao outro através de músicas. Diz-se que eles disputavam a mesma mulher...

“Quem é você que não sabe o que diz
Meu Deus do céu, que palpite infeliz”

Em 1930 se instituem as escolas de samba. E é em 1930 que Noel Rosa grava o seu primeiro samba de sucesso – Com que roupa?
Em 1932 a propaganda no rádio é liberada, o que gera lucro as rádios. Há possibilidade de contratar mais pessoas para acompanhar os músicos, assim as rádios passam a ter orquestras próprias.
A rádio nacional do RJ leva a música carioca para o mundo e esta passa a se a música popular brasileira.
Aquarela do Brasil é gravada em 1939 com orquestra, Radamés, um gaúcho, faz toda melodia. É um samba de exaltação.
Os compositores dos anos 30 chegam no auge nos anos 40.
Copacabana é gravada 12 anos antes da Bossa Nova, com arranjo do Radamés e já tem a cara da bossa...

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