delicadeza

Nestes dias em que estou de folga, fiquei longe da correria habitual e acabei, também, ficando longe do meu blog. Um pouco por preguiça, mas também porque o meu acesso a internet está complicado , meu computador está cheio de vírus.
Só que os assuntos andam brotando, pipocando a todo o momento, o que me fez voltar a escrever antes de 2007.
Pensei no que falaria neste ultimo texto de 2006.
Poderia falar sobre o pacote terrorista da governadora Yeda, que tem mostrado que seu novo jeito de governar é o jeito de governar que já conhecemos.
Poderia também falar na violência do Rio de Janeiro e o quanto tudo isso está me deixando preocupada e assustada. Civis estão morrendo no Brasil e ninguém faz nada. O que está acontecendo no Rio de Janeiro é o que já vimos acontecer em São Paulo. Até quando os bandidos irão nos aterrorizar e nada será feito?

Bom, são tantas as coisas que poderia falar, como por exemplo, na grana investida em pesquisas de alguns cientistas que conseguiram fazer porcos trocarem de cor, enquanto as crianças continuam morrendo de fome e de AIDS na África e no mundo inteiro.

Mas, enfim, preferi terminar o ano falando de música. Aproveitando que estou escutando o cd Elis e Tom que me dei de Natal e também porque música foi um dos assuntos que mais falei durante este ano, um dos assuntos que mais tem me interessado e me dado prazer em comentar.
Porque música tem sido uma das melhores formas de me comunicar com quem amo.
Porque é um tema leve, bonito, que traz uma certa paz de espírito. Além de todos estes bons motivos, prefiri terminar o ano falando de música porque já foram muitos os socos no estomago que recebemos com as ultimas noticias do Brasil e do Mundo.

Folga, me dediquei ao ócio. Assisti televisão, li jornal, cozinhei um pouco, é claro.
Na última quarta-feira assisti um especial na TVE no Programa Sem Censura, com o Milton Nascimento e me maravilhei.

Não acompanho tanto a carreira do Milton, não como acompanho a do Chico, por exemplo, mas conheço suas grandes canções. Alguns trechos de shows que o Milton fez durante sua carreira foram apresentados. Por sinal, escolheram muito bem estes trechos, momentos lindos.As canções iam sendo apresentadas junto com as histórias de Milton. E ele é um cara de grandes histórias, também por isso sua vida virou um livro. Milton nasceu em Três Pontas, interior de Minas Gerais, perdeu os pais muito cedo e foi adotado. O seu primeiro violão, contou que roubou de sua mãe adotiva. Começou sua carreira cantando em bailes e nos bares da noite e por isso até fez uma música sobre os cantores da noite e um show em homenagem a estes profissionais.
Quando Milton ganhou uma praça com seu nome em Três Pontas organizou uma espécie de Woodstock na cidade para agradecer. Levou Chico Buarque, Francis Haime, entre outros, para cantar numa tarde de sábado até o sol se pôr. Eram tantas pessoas que acabou a comida na cidadezinha, não havia lugar para todos dormirem, muitos acabaram acampando nas ruas.
Gostei muito do que vi na quarta e também do que ouvi de Milton ontem no especial sobre a Elis Regina feito pela Rede Globo. As palavras que ele falou sobre Elis foram muito bonitas, um depoimento emocionado: Elis é minha voz, minha musica, meu amor.
Sim, Elis era sim a voz de muitos compositores, Gostei muito do especial. Curto, mas rico. Achei muito bonita a homenagem de Maria Rita, que por ser parecida com Elis, às vezes, parece que copia. Difícil ter uma mãe cantora, para uma cantora, ainda mais difícil ser filha de Elis, para Maria Rita, suponho.
A vida de Elis merecia um documentário como foi feito para Vinicius de Moraes e para a Bossa Nova. Acho que só aquela sala na casa de Cultura Mário Quintana é muito pouco para homenagear uma porto alegrense tão ilustre e talentosa. Mas talvez nem todas opiniões sejam como a minha. Eu, se tivesse como, já tinha construído uma casa de Cultura Elis Regina, mas fico só na vontade.

Mas voltando ao Milton, ele falou sobre um mapa musical que foi feito no Brasil por uns pesquisadores norte - americanos e eu fiquei muito curiosa para ver. Disse que no mapa é apontado o estilo de música encontrado em cada capital brasileira e que em Minas eles também ressaltaram a cidade de Três Pontas.
Isso o levou a procurar saber o que estava acontecendo na música em sua cidade natal, já que fazia algum tempo que não saia pela noite e não conhecia mais os músicos de lá. Milton acabou encontrando muita gente talentosa e sentiu vontade de gravar um cd com os garotos de Três Pontas, que será lançado em 2007, com o selo Nascimento.
Em seguida Milton contou que foi a um show de Lenine e ficou muito feliz com a homenagem que ele tinha recebido no show, pensou na vontade de gravar com o pessoal de Três Pontas e convidou os garotos e Lenine para cantarem juntos a música Paciência, de autoria de Lenine e Dudu Falcão.

Ficou divino. A gravação que pode ser vista no dvd Pietá do Milton.
O som de muitos violões e das muitas vozes, junto com a de Lenine e Milton ficou lindo.

Segue a letra pra quem não conhece, é muito legal:

Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma

Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não para
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é o tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saberA vida é tão rara (Tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não)
Será que é tempo que me falta pra perceber
Será que temos esse tempo pra perder
E quem quer saberA vida é tão rara (tão rara)
Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para(a vida não para não...a vida não para)

Finalizo aqui com esta canção, desejando que tenha muito mais canções em 2007 para comentar, para fazer parte da minha trilha musical e dos Meus Escritos.
Desejo que 2007 seja um ano de mais amor e que todos possam encontrar mais delicadeza em suas caminhadas. É o que eu desejo pra 2007 – DELICADEZA!

Comentários

Marcia disse…
Grazi, desejo que a vida seja muito generosa contigo.
*


generosa e cheia de música.



*
Ana disse…
Feliz 2007, Graziana!

Com todos as delícias e "aquele" amor, especial!

Beijosss!
Rosamaria disse…
Tudibom pra ti, guria, neste 2007!

E com música sempre!

Bjão.
Anônimo disse…
Ix.. Vírus é complicado!
e eu também peguei uma folga neste final de ano e me exilei para o campo, e também acabei ficando longe do meu blog (de novo!),
Grazi, quero desejar a você tudo de bom e de melhor que Deus puder lhe dar neste novo ano, além de muitas alegrias e sucesso viu!
Abraço!
Anônimo disse…
a globo nao disse q a elis morreu de overdose...
a Bandeirantes fez, há muitos e muitos anos, um documentário baseado na biografia dela. Lá sim, disseram q ela se intoxicou de cocaína e ligou para o ex-marido toda chapada. isso sim é informação.
Anônimo disse…
Seria interessante se houvesse a possibilidade de um canto, uma música, ser ouvida no mesmo instante por todos os brasileiros, e que essa melodia fosse algo de tão extraordinária beleza e verdade que, nesse ato de ouvir, todos os brasileiros transformassem a sua realidade em algo mais delicado e poético, que transformassem o Brasil para o grandioso e sublime sonho que guarda os poetas dentro do peito.
Anônimo disse…
Grazilinda, depois de algum tempinho volto a visitar o teu blog, que é uma delícia. E começo pelo final de 2006 para desejar um 2007 ainda mais cheio dos teus escritos gostosos.

Falando de música, de Elis, de Vinícius e de Milton, me lembra os bons tempos de dois bares que já passaram aqui na Santinha e que coisas parecidas dificilmente voltam a acontecer. O Simplesmente Elis e o Vinícius Bar ficavam no nosso trajeto para a universidade, na ida e na frida, e eram locais de reunião para bater um bom papo com os colegas ao som do melhor da MPB, da bossa, do samba, da música nativista, onde começaram muitos projetos que movimentaram a cena cultural da cidade.

Pena que tu não conheceu essa cara da Santinha e que a Santinha não possua mais nem meio traço dessa cara.
Anônimo disse…
Grazilinda, depois de algum tempinho volto a visitar o teu blog, que é uma delícia. E começo pelo final de 2006 para desejar um 2007 ainda mais cheio dos teus escritos gostosos.

Falando de música, de Elis, de Vinícius e de Milton, me lembra os bons tempos de dois bares que já passaram aqui na Santinha e que coisas parecidas dificilmente voltam a acontecer. O Simplesmente Elis e o Vinícius Bar ficavam no nosso trajeto para a universidade, na ida e na frida, e eram locais de reunião para bater um bom papo com os colegas ao som do melhor da MPB, da bossa, do samba, da música nativista, onde começaram muitos projetos que movimentaram a cena cultural da cidade.

Pena que tu não conheceu essa cara da Santinha e que a Santinha não possua mais nem meio traço dessa cara.

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