no tempo da delicadeza

Estava andando pela rua, tentando espairecer (como diria minha tia) e comecei a reparar nas pessoas, coisa que não faço muito. Geralmente não sei a cor da roupa, tipo de sapato ou bolsa que uma pessoa esta vestindo, mesmo depois de trabalhar o dia todo ao lado dela. Não reparo nos brincos da atriz que está na novela, nem o corte de cabelo de uma amiga ou na roupa nova que ela está usando. Tenho problema pra lembrar qual o produto que estava sendo vendido no comercial, sou do tipo que lembra da música, da piada ou “sacada” do anúncio, mas que se pega pensando, era sobre o que mesmo?

Neste dia então, vendo algumas vitrines, comecei a pensar sobre um tipo de pessoa, que parece feita do mesmo material daqueles manequins, não porque se vestem como eles, mas porque parecem ser de plástico.

Explico melhor, são um tipo de gente que não está nem aí para quem quer que seja seu interlocutor. Passam por mendigos como se passassem por uma montoeira de lixo. Solicitam informação para qualquer tipo de atendente, como se falassem com sei lá, um bicho e não os de estimação. Daquele tipo que sempre chega falando - “Sabe com quem você está falando?”. E em todas as situações, este tipo está lá, com aquela sua cara de importante, com aquele ar de superioridade: cara de plástico!

São do tipo de gente que não conhece as palavras obrigado e com licença. Saem atropelando tudo e todos e continuam ali, com aquela cara de sempre, de plástico.
As criaturas desta espécie agem assim como se fosse normal, senso comum, até porque são seres superiores, não estão com os outros, na superfície.

Além deste tipo “plástico”, tem um tipo bem parecido, que deve ser “primo” da espécie plástico. Tem algumas diferenças, às vezes mudam um pouco o semblante, conforme a situação. São o tipo “sabe tudo de tudo”.

Gente deste tipo, além de saber tudo de tudo, só sabe apontar os defeitos dos outros e aquilo que os outros fazem de errado. São do tipo que não vê qualidade em ninguém, muito menos o que os outros fazem de bacana, até porque o que os outros fazem bem, eles fariam muito melhor, pois sabem tudo de tudo. Este tipo, geralmente, não descansa enquanto não encontrar algum defeito ou erro de outra pessoa para apontar. Esta espécie sonha e vive pensando em como descobrir erros dos outros para colocar o dedo.

A convivência com estes seres é contra indicada, eles trazem irritação e stress, podendo causar enjôos, queda de cabelo, alergias e até mesmo dores musculares.

Sempre penso que ótimo que aqui na superfície há outros tipos de gente: aqueles que erram, que tem sentimento, que são solidários, que sabem dizer obrigado, sabem escutar, pedir com licença, sabem, acima de tudo o significado de educação, são os tipos que chamo de humanos, praticamente em extinção.

Comentários

Anônimo disse…
é bom andar com um isqueiro. qualquer coisa, taca fogo que o plástico derrete.
Daiani Ferrari disse…
Gostei do comentário. Eu geralmente presto muita atenção nas pessoas. Na rua saio olhando para o rosto delas, parece que tentando advinhar pensamentos, ou quem sabe buscando alguma coisa que eu não sei o que é. Mas sempre vejo este tipo de pessoa que fala. Talvez seja nossa vida corrida que faça com que as relações acabem, ou se tornem precárias, criando assim estes seres de plástico.
Essa é a consequência da nossa vida moderna.
:)
Adorei o texto... bjo
Lu disse…
hoje tô P da vida. Tô com o Ederson... vamo tacá fogo, vamo tacá fogo
Unknown disse…
xiiii! a Lu tá braba hoje! Te acalma, guria!

Eu nunca tinha pensado em cara de 'plástico', huáhuáhuá.
É bem isso aí, Grazi.

Bjs.
*




cada um quer livrar o seu.
e os outros que se danem.





*
Tá todo mundo muito individualista, todo mundo cuidando só do seu lado, como se isso fosse o natural. E parece que é mesmo. Infelizmente!
ninguém disse…
Ziana, excelente pensata! E tem os tão emplasticados que a gente dá bom dia e eles conseguem ficar 15 minutos te atendendo sem responder e sem olhar pra você. Como o cardiologista que atendeu meu pai hoje. Sobre esse, falarei claramente em breve. Para todos na internet e para o Sindicato médico. Deixa baixar a poeira. Ele que me aguarde.
bj

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