Atores x Políticos

Na página 10 da Zero Hora de sábado, 19/08, está escrito: “... nenhum dos candidatos a presidência do Brasil se saiu bem na entrevista do Jornal Nacional”

No caderno Dona de domingo, 20/08, Martha Medeiros diz mais ou menos o mesmo, para ela, os candidatos “não falaram nossa língua, não responderam em português claro e preciso - ficaram no Blábláblá...”

Vi duas entrevistas no JN com os candidatos a presidente do Brasil e nas duas ouvi e vi os candidatos serem cortados o tempo todo... O casal do JN cortava cada vez que os candidatos se estendiam em suas respostas. Até entendo os apresentadores, eles trabalham com o tempo da TV, onde a retórica é outra. Eles precisavam de respostas rápidas, objetivas, nos moldes da mídia. Os candidatos do P - Sol e do PDT realmente não conseguiram se adequar à retórica da mídia, realmente Martha Medeiros, a maioria dos políticos ainda não viraram atores...

(Lendo estes textos lembrei do Brizola, que nunca respondia a uma pergunta, falava só sobre o que ele queria ...)

O mass media precisam de atores para seu espetáculo.

Parece que não há mais lugar para políticos e sua retórica clássica... os candidatos não sabem disso? A política depende muito mais da comunicação hoje, quando vivemos numa sociedade midiática .... onde a tv nos impõe olhares - o que devemos olhar - enfim, os políticos precisam saber se portar para serem olhados (precisam ter visibilidade, assim como produtos!)

[estamos diante da lógica do entretenimento]

A comunicação política, mais publicitária, que jornalística, e um recurso que utiliza instrumentos na luta pela conquista do mercado do poder (eleição)
Neste mercado o voto e a moeda, a imagem do político o produto a ser vendido.


Martha Medeiros até ironizou dizendo na sua coluna dominical que o blábláblá dos candidatos daqui a pouco irão entrar no currículo escolar... bem que poderiam ensinar retórica mesmo, junto com sociologia e filosofia ... ensinar o povo a pensar seria muito bom...

Comentários

Ana disse…
As pessoas acabam votando em quem "fala" bem!
Esquecem de analisar a história, o currículo, a competência... Nem sempre a oratória significa que aquela pessoa é capaz... mas a gente embarca nesta cilada e em tantas outras...
Aliás, o Lula é cruel de se ouvir - é a exceção que confirma a regra!

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