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sobre a impermanência das coisas

Tem dias que a vida conspira não sei se contra ou a favor,
mas conspira para que a gente reencontre.
Reencontre lugares, cartas, fotografias, pessoas...
Uma prova de fogo?
Você ali novamente, aquela pessoa.
Bom, quando a sensação é de conforto por saber que não há mais desconforto.
Mau indício, ou não, quando o desconforto permanece.
Há algumas coisas que parecem que serão iguais sempre, pelo resto da vida, mas aquele telefonema de sempre, no mesmo dia de sempre, não veio. A pessoa não é mais a mesma, deixou passar alguns dias. Mas a sensação, esta sim, a de sempre: coração saltando pela boca, pernas bambas. Permanência.
Lia na rodoviária estes dias um texto sobre budismo que relacionava a filosofia à física quântica. Maior maluquice. Gosto de ler maluquices, às vezes.
O texto falava sobre a impermanência das coisas. Lia o texto em um lugar apropriado: um lugar de passagem, assim como a vida.
Até mesmo quando a sensação é a mesma, tudo ao redor é mudança.
Não somos mais os mesmos de antes. Mesmo sentindo, não sentimos o mesmo de antes.
O reencontro no ônibus, na festa de aniversário ou com o telefonema.
Todos apontam as mudanças. Apontam os erros e acertos.
Fica a sensação de impermanência.
De que tudo passa, até um grande amor.

Comentários

Maira C disse…
Pois é, Grazi... O que a vida tem de melhor e de pior, a impermanencia... Ontem li no meu livro sobre budismo:
"O mundo não tem substância".
Já pensou nisso?? Vai pensando...
bj
Maira C disse…
Pois é, Grazi... O que a vida tem de melhor e de pior, a impermanencia... Ontem li no meu livro sobre budismo:
"O mundo não tem substância".
Já pensou nisso?? Vai pensando...
bj
Anônimo disse…
aliás, veja "Quem somos nós", um filme muito viajante sobre física quântica. lançamento. muito bom, aprendi um monte. é meio documentário, meio ficção, e tem até uma cena com células dançando numa festa de casamento.
*

talvez compreender que o amor não é eterno, que as amizades não são eternas, que nada é eterno porque precisa nascer, maturar e morrer, seja o grande desafio de viver.

e por mais que as culturas digam que tudo é eterno, assim como a alma, o dia -a-dia desmente.

não falo aqui de pessimismo ou desencanto, mas de aceitar que a impermanência é uma variável importantíssima em nossa vida.

e saber viver com isso, deixa as coisas mais fáceis.


*
Maira, por enquanto estou tentando assimilar a impermanência, vamos por partes!
Precisa me contar mais sobre esta leitura, vou pensando no assunto ;)

Boa Ederson! Vou tentar ver o filme, já imagino as células dançando... ;)

Sean, saber viver levando em consideração a impermanência de tudo, deixa a vida mais facil com certeza!Concordo quando você disse que este talvez seja o desafio da vida.
Um dia eu talvez consiga ;)
Ana disse…
Se soubéssemos que todo o tempo do mundo era nosso, será que não adiaríamos tudo, indefinidamente? Será que não acharíamos a vida um tédio? Será que saberíamos a delícia de cada minuto em que nos sentimos apaixonados?
Bendita impermanência! Pro bem e pro mal! É ela que tempera a vida. Às vezes com sal, em outras com açucar... E a gente vai aprendendo a sentir o gosto de cada momento...
Ana, é isso mesmo, bendita impermanencia, pro bem e pro mal, a nossa vida e feita de mudanças né,temos que aprender conviver com a impermanencia ,>
Anônimo disse…
Concordo plenamente com Xôn. O bom é termos consciência de que nada é eterno, assim poderemos aproveitar o "hoje" e sermos mais felizes. Isso não só no plano afetivo, mas no profissional e no pessoal. O melhor é o aqui e o agora.
Anônimo disse…
Very pretty design! Keep up the good work. Thanks.
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